"CANIBALISMO DO TEATRO URBANO MODERNO" - Celofane.
Nas grandes civilizações teocráticas de autoridade absoluta do soberano, qualquer desvio era punido com o máximo de severidade. A Grécia antiga foi a primeira sociedade a elaborar justificativas para a censura. Baseado no princípio de que o governo da pólis (cidade-estado) constituía a expressão dos desejos dos cidadãos, este podia reprimir todo aquele que tentasse contestá-lo. Sócrates foi exemplo quando condenado por irreligiosidade e corrupção de jovens, foi executado através de ingestão de cicuta. A censura se fincava nas sociedades e mesmo Platão, discípulo de Sócrates, a defendia como um dos requisitos essenciais ao governo.
Esta então, passou a difundir-se no mundo. Em Roma alguns princípios gregos foram copiados. A Lei das Doze Tábuas castigava com a morte os autores de sátiras políticas, e em muitas ocasiões condenou à destruição pública diversas obras de literatura e filosofia.
Desde as primeiras manifestações, os artistas eram alvo de repressões e, por este motivo, obrigados a não mostrarem seus rostos uma vez que, eram castigados se pegos na prática de tal exercício. As máscaras então surgiram como solução rápida. Com elas os artistas de ruas não eram reconhecidos e desta forma podiam fazer graças sem serem reprimidos.
Séculos se passaram. As máscaras caíram. Mas os artistas ainda vivem. Agora vestem roupas mais simples – são crianças carentes – muitas vezes nem tão crianças assim – que ganham a vida na faixa de pedestres. Os atuais artistas de rua percorrem a cidade com os mesmo truques e habilidades, agora, por uma questão única e exclusivamente de necessidade.
Não menos censurados, eles não precisam mais se esconder. Não se faz necessário o uso de máscaras por um simples motivo: não são mais meia-dúzia de “artistas” nas ruas. Agora são dezenas, centenas...
A falta cometida por estes artistas hoje, é não estarem nas ruas. O fomento, que agora parte das autoridades (in)competentes, é para que continuem a fazer graça. Afinal, nem mais crime é – O que seria do rico sem o pobre? – Da um “pouquinho” e eles logo ficam felizes, não perturbam mais, acreditam que na paz e, de quebra, ainda votam na gente!
O canibalismo nunca esteve tão na moda.
Uma nova modalidade, mas “canibalismo” sim. Devoramos nossa própria espécie, e as fazemos devorar-se umas as outras. É bem verdade que não as comemos ipsis literis, mas é como se fosse, devoramos nossa gente de forma premeditada sem darmos nenhum tipo de oportunidade. Todos. Todos nós temos culpa...
Não se surpreenda se este diálogo tornar-se real em breve. Não estamos longe disso.
- Amor, vamos ao circo?
- Vamos! Quanto é?
- É de graça.
- O que? Onde?
- Logo ali, debaixo daquele semáforo!
O espetáculo é bem diversificado e... concorrente. Para os amantes do equilibrismo tem; para os amantes do malabarismo tem; para os amantes das palhaçadas... bom, este tem de sobra! Até porque, tudo que movimenta (o mínimo de) dinheiro gera concorrência no Brasil. É o que vemos nesta lona nos dias de hoje. Os pequenos artistas carentes agora disputam a faixa com artistas profissionais. Gente criada em circo e que se sentia prejudicada porque os moleques “tiravam” mais. Enfim, se pobre nada tem, no lugar de algo pra perder o podre perde o lugar.
E o que seria de um espetáculo sem algo para degustar? Nada! O cardápio também é bem variado. Vai de pipocas a balas e amendoins. No espetáculo out-door nada pode faltar. Um programa perfeito para o “finzinho” de tarde. Por falar nisso, o que você vai fazer hoje? Que tal um teatrinho? A peça? O Canibalismo do Teatro Urbano Moderno.
Daniel Lopes
Esta então, passou a difundir-se no mundo. Em Roma alguns princípios gregos foram copiados. A Lei das Doze Tábuas castigava com a morte os autores de sátiras políticas, e em muitas ocasiões condenou à destruição pública diversas obras de literatura e filosofia.
Desde as primeiras manifestações, os artistas eram alvo de repressões e, por este motivo, obrigados a não mostrarem seus rostos uma vez que, eram castigados se pegos na prática de tal exercício. As máscaras então surgiram como solução rápida. Com elas os artistas de ruas não eram reconhecidos e desta forma podiam fazer graças sem serem reprimidos.
Séculos se passaram. As máscaras caíram. Mas os artistas ainda vivem. Agora vestem roupas mais simples – são crianças carentes – muitas vezes nem tão crianças assim – que ganham a vida na faixa de pedestres. Os atuais artistas de rua percorrem a cidade com os mesmo truques e habilidades, agora, por uma questão única e exclusivamente de necessidade.
Não menos censurados, eles não precisam mais se esconder. Não se faz necessário o uso de máscaras por um simples motivo: não são mais meia-dúzia de “artistas” nas ruas. Agora são dezenas, centenas...
A falta cometida por estes artistas hoje, é não estarem nas ruas. O fomento, que agora parte das autoridades (in)competentes, é para que continuem a fazer graça. Afinal, nem mais crime é – O que seria do rico sem o pobre? – Da um “pouquinho” e eles logo ficam felizes, não perturbam mais, acreditam que na paz e, de quebra, ainda votam na gente!
O canibalismo nunca esteve tão na moda.
Uma nova modalidade, mas “canibalismo” sim. Devoramos nossa própria espécie, e as fazemos devorar-se umas as outras. É bem verdade que não as comemos ipsis literis, mas é como se fosse, devoramos nossa gente de forma premeditada sem darmos nenhum tipo de oportunidade. Todos. Todos nós temos culpa...
Não se surpreenda se este diálogo tornar-se real em breve. Não estamos longe disso.
- Amor, vamos ao circo?
- Vamos! Quanto é?
- É de graça.
- O que? Onde?
- Logo ali, debaixo daquele semáforo!
O espetáculo é bem diversificado e... concorrente. Para os amantes do equilibrismo tem; para os amantes do malabarismo tem; para os amantes das palhaçadas... bom, este tem de sobra! Até porque, tudo que movimenta (o mínimo de) dinheiro gera concorrência no Brasil. É o que vemos nesta lona nos dias de hoje. Os pequenos artistas carentes agora disputam a faixa com artistas profissionais. Gente criada em circo e que se sentia prejudicada porque os moleques “tiravam” mais. Enfim, se pobre nada tem, no lugar de algo pra perder o podre perde o lugar.
E o que seria de um espetáculo sem algo para degustar? Nada! O cardápio também é bem variado. Vai de pipocas a balas e amendoins. No espetáculo out-door nada pode faltar. Um programa perfeito para o “finzinho” de tarde. Por falar nisso, o que você vai fazer hoje? Que tal um teatrinho? A peça? O Canibalismo do Teatro Urbano Moderno.
Daniel Lopes


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