Nota pós-Notícia

Globalização...o sentido da palavra não está associado apenas a unicidade com que as notícias percorrem o mundo com o advento da informática. O complexo sistema disponibiliza, mas também controla o que deve ou não ser publicado. "pós-Notícia" é o discorrer dessa informação, o intercalar das inúmeras notícias que recebemos todos os dias e as desconsideramos ao final deste. Você já pensou que estas, por mais estranhas e opostas que pareçam, possam estar interligadas?

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segunda-feira, outubro 02, 2006

"TPE - TENSÃO PRÉ-ELEITORAL" - Eleições2006.

Se finda a última e, por excelência, mais conturbada semana para a política antes da “urna”. A semana eleitoral. Claro, ao menos no que se refere ao primeiro turno. Sabe-se que ao tempo que alguns terão sorte, outros terão que passar novamente por todo o transtorno que precede o pleito. Eleições nacionais e estaduais vão caminhando para o “dia D”. Muito “se falou” nessas últimas 72 horas, por conta dos debates que encharcaram de informação os eleitores em potencial, na verdade, muito também se enrolou, se desconversou e, principalmente e definitivamente, se ocultou. Nada de mais brasileiro, não é mesmo?

Em semana de debates na TV, destaque especial para o carioca exibido no último dia 27, pela emissora líder do mercado. Em plano, grandes nomes...do passado: a ex-juiza; o ex-militante; o ex-bispo; o ex-jornalista e o ex...bom, um deles não é “ex” de nada. Talvez porque nunca tenha sido nada, ou tenha sido eternamente candidato a alguma coisa...inclusive a advogado. No comando, o nosso “Christopher Reeve depois do tombo”, que vez por outra se viu na obrigação de utilizar todo o jogo de cintura – que não tem – para fazer valer a máxima de que não é permitida manifestação partidária dos presentes. Resultado: bagunça.

Embora com os contra-tempos supracitados, o debate se mostrou bem interessante, no que se refere a particularidades, a começar pelo líder das pesquisas, candidato Sérgio Cabral, que num estilo quase “robótico”, buscou – sem sucesso – esquivar-se dos “petardos” arremessados por inimigos políticos. Estilo figurinha PSDB, Eduardo Paes demonstrou grande conhecimento teórico, o que pareceu ter feito bom dever de casa, apesar da aplicação dos conceitos gerar alguma polêmica. Denise Frossard, bem ao estilo promotora, deu as mãos ao candidato petista em busca do detrimento a popularidade de Cabral, numa relação de amor e ódio explícitos, embora Vladimir Palmeira tentasse, vez por outra, ocultar o romance. O Candidato do PT, aliás, bem ao estilo “fanfarrão”, foi o dono do show e muitas vezes seu silêncio feria mais que suas palavras. Quem mais sofreu com seu ataque, foi o mediador. Nunca foi fácil segurar um militante político. Segurar, por outro lado, é termo inexistente no dicionário do candidato Marcelo Crivella. Sem qualquer reação física ou variação do tom de voz, Crivella seguiu o debate, como sempre, como se estivesse em uma entrevista. Havia horas que parecia não ouvir a pergunta feita e respondia em forma de discurso pronto. Boa tática. O debate carioca gerou boas risadas, embora o assunto seja de extrema importância.

Um tom a cima do plano estadual e da conduta “esportiva”, dia 29, foi vez do “tão esperado debate dos presidenciáveis”. Willian Bonner, que dispensa comentários, conduziu o confronto. Em foco, duas esquerdas e uma direita, se é que ainda podemos pontuar pólos no Brasil. O Candidato do PDT, Cristóvão Buarque, em sua marcha lenta, esbanjou simpatia e não se desprendeu do lema “revolução pela educação”. Entre homens, uma mulher. Heloísa Helena, grande referência do universo feminino nos últimos anos, fez questão de lembrar a “I-rreeeeeesssssponsabilidade” política dos últimos três mandatos, juntando num mesmo poço petistas e peessedebistas. Por falar em PSDB, é impressionante como o partido “tucano” fabrica homens “em série”. Mais uma figurinha num universo composto de “Cardosos”, “Serras”, Geraldo Alckmin, bem como Eduardo Paes, candidato a governador no Rio, seguem o estereótipo do partido. Alckmin apresentou, também ao estilo do partido, uma linha muito mais voltada ao lado econômico, ao contrário dos outros presentes voltados muito mais ao lado humanitário da campanha. O ex-governador de São Paulo lembrou seus feitos como chefe do estado paulista. Alckmin lembrou, ainda, que o Brasil “p’ssatê” uma boa política econômica e “p’ssatê” consciência de redução dos impostos. Falar em “presentes”, no entanto, faz-nos lembrar de “ausentes”. Talvez a maior decepção do governo “estrelado”. Seu candidato, símbolo de luta e militância, fugiu do combate. O candidato Luis Inácio Lula da Silva faltou ao compromisso que deveria ser divisor de águas em sua campanha. Não há dúvidas que o Brasil acordou mais decepcionado. Agora, o Brasil “p’ssatê” consciência e não faltar com sua “rrrrrrrrreeeeeeessssssssponsabilidade” para alcançar a tão esperada revolução... quem sabe pela “educação”?

Daniel Lopes