"OS TRÊS PODERES" – Eleições2006
A palavra poder nunca foi tão bem definida. Desde o início de toda a confusão envolvendo governo, bases e oposições, as atenções estiveram sempre direcionadas ao Legislativo e, cada vez mais, ao Executivo. No entanto, estamos esquecendo – ou sendo induzidos a esquecer – a decisiva atuação do poder Judiciário, que se mostra o personagem não principal, mas coadjuvante desta dramaturgia. Como todo bom romance, o atual também se constitui da estrutura básica. Tendo em vista o papel principal ser sempre o “mocinho”, podemos dizer que o povo fica com essa parte. Daí pra “bandido”, só há dúvidas quanto ao líder da quadrilha. Nesse caso devemos refletir e esperar até o último capítulo pra determinar-nos quem fica com este papel, Executivo ou Legislativo, que cá entre nós, se confundem a toda hora. Já o papel coadjuvante também já está determinado. É aquele que muitas vezes está do lado do bem e, de repente, aparece do lado do mal. Aquele que os escritores deixam como “curingas”, ou guardados na manga, para uma eventual surpresa. Definitivamente, um personagem que o “mocinho” nunca pode confiar. Mas sempre confia. Oh, “mocinho” bobo – qualquer semelhança como o povo, não é mera coincidência!
Se existe alguma dúvida de quem exerce esse papel na trama, sugiro uma re-leitura dos capítulos – ou leitura, para os que procuram não assistir essa novela. Com o início do que poderia ser o fim do mistério envolvendo “mocinho” e “bandido”, a CPI, o Judiciário vem tomando decisões que, em sua maioria, parecem dificultar ainda mais a solução do caso, quando o seu papel deveria ser exatamente o contrário (lembra a história do “curinga”?). O coadjuvante aos poucos mostra a sua cara.
Um indivíduo que rouba milhões dos cofres públicos, ou que negocia aquilo que deveria ser o principal veículo de atuação de uma democracia – o voto – ou que vende seus critérios em prol de recursos financeiros, tem direito a manter-se calado? Tem direito a ter seu nome poupado de divulgação frente à opinião publica? Ou deveria pagar pelos crimes que cometeu? Honestamente, avaliando o estranho desenrolar desta novela, temo que a trama não tenha fim, que fiquemos reféns desta programação, a exemplo das séries de TV que roubam nossa atenção e nos enganam com pequenos capítulos independentes, os quais nos satisfazem, mas, no entanto, nos impedem de saber a exata verdade – o verdadeiro fim – o último. Nada contra a TV e sim contra a passividade do verbo “assistir”.
Sendo assim só nos resta concluir que, durante todo esse tempo em que o “mocinho” achou que o coadjuvante estivesse do seu lado, ele estava realmente “atuando” e contribuindo para que essas pessoas permanecessem impunes concedendo-lhes hábeas corpus, direito ao silêncio e impedindo que seus nomes fossem divulgados. O Judiciário se mostra a cada dia mais um membro desse grupo. Uma vez em que vivemos em uma democracia e o bem da democracia é o bem de seu povo, o Poder Judiciário tem o dever, tal qual o Executivo e o Legislativo, de operar em benefício dele, fazendo-se visível aos olhos de todos, os crimes que atingem a integridade da nação e o progresso do país. Outrossim, sendo este o poder que fiscaliza o exato cumprimento do conjunto de normas que constitui uma nação, a lei, sua irresponsabilidade é ainda mais inaceitável.
Daniel Lopes
Se existe alguma dúvida de quem exerce esse papel na trama, sugiro uma re-leitura dos capítulos – ou leitura, para os que procuram não assistir essa novela. Com o início do que poderia ser o fim do mistério envolvendo “mocinho” e “bandido”, a CPI, o Judiciário vem tomando decisões que, em sua maioria, parecem dificultar ainda mais a solução do caso, quando o seu papel deveria ser exatamente o contrário (lembra a história do “curinga”?). O coadjuvante aos poucos mostra a sua cara.
Um indivíduo que rouba milhões dos cofres públicos, ou que negocia aquilo que deveria ser o principal veículo de atuação de uma democracia – o voto – ou que vende seus critérios em prol de recursos financeiros, tem direito a manter-se calado? Tem direito a ter seu nome poupado de divulgação frente à opinião publica? Ou deveria pagar pelos crimes que cometeu? Honestamente, avaliando o estranho desenrolar desta novela, temo que a trama não tenha fim, que fiquemos reféns desta programação, a exemplo das séries de TV que roubam nossa atenção e nos enganam com pequenos capítulos independentes, os quais nos satisfazem, mas, no entanto, nos impedem de saber a exata verdade – o verdadeiro fim – o último. Nada contra a TV e sim contra a passividade do verbo “assistir”.
Sendo assim só nos resta concluir que, durante todo esse tempo em que o “mocinho” achou que o coadjuvante estivesse do seu lado, ele estava realmente “atuando” e contribuindo para que essas pessoas permanecessem impunes concedendo-lhes hábeas corpus, direito ao silêncio e impedindo que seus nomes fossem divulgados. O Judiciário se mostra a cada dia mais um membro desse grupo. Uma vez em que vivemos em uma democracia e o bem da democracia é o bem de seu povo, o Poder Judiciário tem o dever, tal qual o Executivo e o Legislativo, de operar em benefício dele, fazendo-se visível aos olhos de todos, os crimes que atingem a integridade da nação e o progresso do país. Outrossim, sendo este o poder que fiscaliza o exato cumprimento do conjunto de normas que constitui uma nação, a lei, sua irresponsabilidade é ainda mais inaceitável.
Daniel Lopes


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