"PARA VÊ-LA PASSAR" - Série "Como Quem Observa".
Entrevista Jaqueline Gouveia, atriz. *
Um “oi” e um leve balançar de cabeça. Desta forma a atriz Jaqueline Gouveia dirige parte de sua atenção em minha direção. Não sei exatamente como trata-la. Ela é tímida em um primeiro e único momento. Logo se solta e permite que qualquer pessoa fale de seus trabalhos como quem gosta de ouvir e reavaliar seu currículo. Estatura mediana para uma mulher, não é exatamente sua altura que a torna uma pessoa desejável frente ao universo masculino. Os lindos olhos verdes enfeitiçam os que se atrevem a observa-los por mais de dois segundos. Não raro, sua boca deixa de existir logo que estes “roubam” dela a função de sorrir. Mas seus lábios não reclamam e se encarregam de outra: materializar em palavras o que vem de seu coração.
Antes de me apresentar procurei me manter oculto com intuito de observa-la e, principalmente, observar aqueles que a observam. Não sabia quem era eu mesmo que pudesse me ver... mas não podia. Não é difícil se manter oculto mesmo quando não se pode estar invisível. Ela anda como quem passeia num parque florido. Seus cabelos longos e pesados se tornam fios leves de algodão quando o vento abrilhanta sua imagem. E não é o mais fascinante. Inenarrável é a admiração dos que ali dividem seu espaço. Homens e mulheres se curvam para melhor enxerga-la. Para vê-la passar. Para ver seu caminhar. Para ver seus dotes; seus decotes. Enquanto presente, parece única. E precisa mais alguém?
A estrada não é longa. Com apenas 22 km rodados a jovem Jaqueline, que muitas vezes parece não ter deixado a infância, por conta de suas breves “molecagens”, deu asas ao sonho de bater asas e por duas vezes desfrutou, do alto de uma asa-delta, a beleza do Rio, naquele que foi “um dos momentos mais marcantes da minha vida. Tive um certo receio e pensei que não iria conseguir. Mas fui forte e isso me proporcionou um gostinho de conquista”. Jaqueline sorri com lágrimas nos olhos quando pergunto sobre a pessoa mais importante de sua vida. “Minha mãe. É o símbolo da força. Ela é a imagem da minha determinação”. Determinação que fez de Jaqueline Gouveia uma das atrizes mais respeitadas de sua geração. Em seu primeiro trabalho na TV, depois de ter passado algum tempo no teatro, Jaqueline desfila com ar de quem recebeu da crítica o título de grande promessa do cenário brasileiro. “Mas tento não me prender a isso. Acho que ainda tenho muito a aprender. Como uma menina”. Ela sorri e eu pergunto sobre sua infância. “Ai que saudade de ser criança”.
A menina Jaqueline nasceu e cresceu na zona norte do Rio. Travessa, sempre se metia com os meninos “porque sempre achei mais interessantes a brincadeiras deles. Por exemplo: tem coisa melhor do que bater uma bola?”. O futebol acabou sendo marca registrada em sua vida. Já na juventude Jaqueline Gouveia levou a sério o que antes era apenas uma brincadeira. “Joguei pelo botafogo. Uma época maravilhosa e que deixa muitas saudades. Além, é claro, de muitos amigos”. Mas de amigos ela não reclama. São muitos. Pessoas da família. Pessoas íntimas. Pessoas próximas. Pessoas não tão próximas, mas que por serem fãs e quererem seu bem “também os considero amigos. Acho muito importante cada um deles. Eu não seria muita coisa se eles não existissem”.
Já me preparava para a próxima pergunta quando fomos interrompidos por uma música. Era “Kiss Me. Minha música preferida”. Tocava em seu celular e Jaqueline evitava atende-lo para que pudesse curtir um pouco mais “a música mais maravilhosa deste mundo”. Um mundo que a jovem atriz ainda sonha conhecer. “Sou apaixonada pela Austrália. Preciso conhecer. Mas a Europa me chama. Tenho um sonho viver num lugar assim”. Fugir de seu lugar me fez pensar em um livro que Jaqueline Gouveia levaria consigo. “Xamã Dourado. Um livro que proporcionou um crescimento espiritual muito bom pra mim”. E ela não diz isso à toa. Jaqueline é extremamente religiosa. “Deus me deu muitas coisas boas nesta vida. Amá-lo, é o mínimo que posso fazer”.
Um “obrigado” e um forte abraço. Desta forma Jaqueline Gouveia se despede de mim. Ainda não sei exatamente como trata-la. E talvez não mais saberei. A timidez do primeiro momento, já não existe. Mas o resto – todo – existe. Todo aquele brilho, de uma verdadeira estrela, que se esvai à medida que ela vai. Os que ficam, triste ficam. Eu sou um dos que ficam. Fiquei. Mas também muito contente fiquei ao ouvir da menina “adorei conversar com você. Dei boas risadas”.
JG, um beijo especial.
Daniel Lopes
* Texto e personagens meramente fictícios.
Um “oi” e um leve balançar de cabeça. Desta forma a atriz Jaqueline Gouveia dirige parte de sua atenção em minha direção. Não sei exatamente como trata-la. Ela é tímida em um primeiro e único momento. Logo se solta e permite que qualquer pessoa fale de seus trabalhos como quem gosta de ouvir e reavaliar seu currículo. Estatura mediana para uma mulher, não é exatamente sua altura que a torna uma pessoa desejável frente ao universo masculino. Os lindos olhos verdes enfeitiçam os que se atrevem a observa-los por mais de dois segundos. Não raro, sua boca deixa de existir logo que estes “roubam” dela a função de sorrir. Mas seus lábios não reclamam e se encarregam de outra: materializar em palavras o que vem de seu coração.
Antes de me apresentar procurei me manter oculto com intuito de observa-la e, principalmente, observar aqueles que a observam. Não sabia quem era eu mesmo que pudesse me ver... mas não podia. Não é difícil se manter oculto mesmo quando não se pode estar invisível. Ela anda como quem passeia num parque florido. Seus cabelos longos e pesados se tornam fios leves de algodão quando o vento abrilhanta sua imagem. E não é o mais fascinante. Inenarrável é a admiração dos que ali dividem seu espaço. Homens e mulheres se curvam para melhor enxerga-la. Para vê-la passar. Para ver seu caminhar. Para ver seus dotes; seus decotes. Enquanto presente, parece única. E precisa mais alguém?
A estrada não é longa. Com apenas 22 km rodados a jovem Jaqueline, que muitas vezes parece não ter deixado a infância, por conta de suas breves “molecagens”, deu asas ao sonho de bater asas e por duas vezes desfrutou, do alto de uma asa-delta, a beleza do Rio, naquele que foi “um dos momentos mais marcantes da minha vida. Tive um certo receio e pensei que não iria conseguir. Mas fui forte e isso me proporcionou um gostinho de conquista”. Jaqueline sorri com lágrimas nos olhos quando pergunto sobre a pessoa mais importante de sua vida. “Minha mãe. É o símbolo da força. Ela é a imagem da minha determinação”. Determinação que fez de Jaqueline Gouveia uma das atrizes mais respeitadas de sua geração. Em seu primeiro trabalho na TV, depois de ter passado algum tempo no teatro, Jaqueline desfila com ar de quem recebeu da crítica o título de grande promessa do cenário brasileiro. “Mas tento não me prender a isso. Acho que ainda tenho muito a aprender. Como uma menina”. Ela sorri e eu pergunto sobre sua infância. “Ai que saudade de ser criança”.
A menina Jaqueline nasceu e cresceu na zona norte do Rio. Travessa, sempre se metia com os meninos “porque sempre achei mais interessantes a brincadeiras deles. Por exemplo: tem coisa melhor do que bater uma bola?”. O futebol acabou sendo marca registrada em sua vida. Já na juventude Jaqueline Gouveia levou a sério o que antes era apenas uma brincadeira. “Joguei pelo botafogo. Uma época maravilhosa e que deixa muitas saudades. Além, é claro, de muitos amigos”. Mas de amigos ela não reclama. São muitos. Pessoas da família. Pessoas íntimas. Pessoas próximas. Pessoas não tão próximas, mas que por serem fãs e quererem seu bem “também os considero amigos. Acho muito importante cada um deles. Eu não seria muita coisa se eles não existissem”.
Já me preparava para a próxima pergunta quando fomos interrompidos por uma música. Era “Kiss Me. Minha música preferida”. Tocava em seu celular e Jaqueline evitava atende-lo para que pudesse curtir um pouco mais “a música mais maravilhosa deste mundo”. Um mundo que a jovem atriz ainda sonha conhecer. “Sou apaixonada pela Austrália. Preciso conhecer. Mas a Europa me chama. Tenho um sonho viver num lugar assim”. Fugir de seu lugar me fez pensar em um livro que Jaqueline Gouveia levaria consigo. “Xamã Dourado. Um livro que proporcionou um crescimento espiritual muito bom pra mim”. E ela não diz isso à toa. Jaqueline é extremamente religiosa. “Deus me deu muitas coisas boas nesta vida. Amá-lo, é o mínimo que posso fazer”.
Um “obrigado” e um forte abraço. Desta forma Jaqueline Gouveia se despede de mim. Ainda não sei exatamente como trata-la. E talvez não mais saberei. A timidez do primeiro momento, já não existe. Mas o resto – todo – existe. Todo aquele brilho, de uma verdadeira estrela, que se esvai à medida que ela vai. Os que ficam, triste ficam. Eu sou um dos que ficam. Fiquei. Mas também muito contente fiquei ao ouvir da menina “adorei conversar com você. Dei boas risadas”.
JG, um beijo especial.
Daniel Lopes
* Texto e personagens meramente fictícios.


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