Nota pós-Notícia

Globalização...o sentido da palavra não está associado apenas a unicidade com que as notícias percorrem o mundo com o advento da informática. O complexo sistema disponibiliza, mas também controla o que deve ou não ser publicado. "pós-Notícia" é o discorrer dessa informação, o intercalar das inúmeras notícias que recebemos todos os dias e as desconsideramos ao final deste. Você já pensou que estas, por mais estranhas e opostas que pareçam, possam estar interligadas?

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domingo, dezembro 10, 2006

"MEDO" - O que é isso?

Você sente medo? Do que você tem medo? Qual o seu maior medo? Ter medo assusta? Por que ter medo?

Talvez o medo seja mais importante do que possamos imaginar. Até a dor é necessária a sobrevivência humana. É ela que comunica ao nosso cérebro que determinada parte do corpo pode estar em perigo. Dor é um alerta. Dor não é castigo. Dor é uma dádiva tal como o medo. E tal como dádiva, o medo, tem uma importante função: originar nossas ações. Talvez não seja tão fácil imaginar toda esta relevância a um sentimento que nem sempre se mostra perceptível ou que, de uma certa maneira, nos assusta.

O medo está sempre presente. Medo não é apenas aquela sensação de insegurança, frio na barriga ou tremer de perna. Medo é a possibilidade da perda quando, entende-se, evitável. Se a dor da perda pode não existir, por que deixar que ela aconteça? Desta forma, tomamos decisões, a todo instante, com o objetivo de evitar a perda. A cada movimento, a cada decisão, mesmo subconscientemente, buscamos situações e ocasiões que possam gerar algum tipo de prazer, mesmo que seja apenas o evitar perder algo que seja importante. Mesmo que uma decisão seja buscando, não a perda, mas sim, a vitória, o lucro, o medo está presente na forma de possibilidade da não aquisição de tal vantagem.

Uma maneira fácil de entender como o medo age no homem é observarmos uma criança. Logo, podemos concluir que quanto mais nova e inexperiente é a criança, menos medos esta possui. Não é difícil imaginarmos porque. Só temos medo depois que tomamos conhecimento das ações e reações. Sendo assim, viver é adquirir medos. Ainda no exemplo de uma criança, a primeira manifestação de medo ocorre ainda muito cedo. Uma criança, logo após seu nascimento, tem uma experiência, de certa forma, traumática. Ela é afastada daquela pessoa que esteve consigo ao longo de nove longos meses. A criança perde o sentido de orientação, prazer e proteção e entende que este sentimento não lhe proporciona, e sim deixa de lhe proporcionar, prazer. A criança, então, entende que não quer passar por aquela situação novamente. Nasce o medo. Com medo que determinada situação possa se repetir, a criança chora com o intuito de chamar a atenção e não se mostrar satisfeita com um possível novo afastamento materno.

Ter medo não é vergonhoso. Todos o temos. Ter medo é ter algo a perder; algo a ganhar. É ter escolha. Mas medo não é tudo. Medo não nos passa, por exemplo, a certeza da escolha certa, ou seja, aquela escolha correta a ser tomada para evitar algo que seja indesejado. Saber escolher ou tomar decisões certas é a grande “sacada” da vida. Medo gera possibilidades. Medo e possibilidades geram interesses. Medo, possibilidades e interesses geram objetivos. Medo, possibilidade, interesses e objetivos geram ações. Medo é a constatação do raciocínio do Homem. Somente o ser humano argumenta tão bem com este incômodo sentimento. Medo é vida.

Daniel Lopes