Nota pós-Notícia

Globalização...o sentido da palavra não está associado apenas a unicidade com que as notícias percorrem o mundo com o advento da informática. O complexo sistema disponibiliza, mas também controla o que deve ou não ser publicado. "pós-Notícia" é o discorrer dessa informação, o intercalar das inúmeras notícias que recebemos todos os dias e as desconsideramos ao final deste. Você já pensou que estas, por mais estranhas e opostas que pareçam, possam estar interligadas?

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domingo, março 18, 2007

"MUNDO PUBLICITÁRIO" - Celofane

Tempo é dinheiro.

Uma das profissões que mais lida com esta relação é a publicidade. Aliás, publicidade é simplesmente a força motriz de movimentação do atual mundo capitalista. Diga-se de passagem, talvez seja o mercado que mais evoluiu nos últimos 20 anos. Com o advento de novas tecnologias, o mercado publicitário se cobrou novos rumos e cada vez mais informatizado e inserido no consenso das sociedades contemporâneas, os limites para o publicitário simplesmente ruíram.

Quem não é visto, não é lembrado.

Na atual sociedade, vulgar se tornou sinônimo de boa qualidade. Sabendo disso o publicitário soube bem utilizar esta arma em seu benefício. A publicidade redescobriu o funcionamento do mercado, provou que ser conhecido representa maior procura, maior procura representa valorização, valorização representa lucro e tudo se tem início na divulgação da marca. Quantas vezes você já desistiu de comprar algo só porque nunca ouviu falar?

Imagem é tudo.

Novas tecnologias possibilitaram não apenas o desenvolvimento de melhores peças publicitárias, bem como melhorias nos principais veículos de exploração da imagem, que atualmente respondem por televisão, rádio (imagem no sentido metafísico) e a cada vez mais forte internet. A sociedade contemporânea cobrou, também, maior responsabilidade, por parte do segundo setor, em questões sócio-ambientais. Rapidamente publicitários e assessores buscaram conciliar a imagem de seus clientes a tais questões, gerando fomento a organizações não-governamentais e investimentos em projetos e campanhas de utilidade pública.

Onde todos ganham.

O mercado tem dinheiro e quer ser conhecido para ganhar mais dinheiro; o publicitário tem a técnica e quer tornar seu cliente mais conhecido para ganhar dinheiro; a TV tem o espaço e quer ser mais conhecida para proporcionar às empresas a serem mais conhecidas para ganhar dinheiro. Todos querem dinheiro; seu dinheiro. Você quer consumir; eles querem seu consumo. Então você dobra sua carga de trabalho para ter mais dinheiro para aumentar seu consumo para gerar mais carga neste motor. Eis o mundo capitalista.

Em tempo.

Logo que as partidas de futebol foram inseridas na programação das emissoras de TV, anunciantes perceberam a excelente oportunidade de divulgação de imagem. Logo o espaço de placas publicitárias nas laterais dos campos se tornou pequeno, então empresas, buscando expor suas logos, e clubes, buscando finanças, juntaram-se para que suas imagens fossem familiarizadas do público consumidor em potencial. Mas o mercado de divulgação queria mais. Sendo assim, entraram em contato com as emissoras para que, durante a transmissão, fossem exibidos anúncios nos cantos da tela. Era pouco. Os placares foram aumentados possibilitando um espaço destinado, exclusivamente, a propagandas comerciais animadas. Ainda era pouco. Então perceberam a ótima oportunidade de deitar anúncios no campo, na parte externa ao lado das balizas, desta forma não apenas suas imagens seriam divulgadas durante os jogos, com também após, durante re-exibições dos gols em telejornais. Mas claro, era pouco. Então algumas emissoras, por intermédio de animações gráficas, imputaram postes e outros chamativos publicitários artificialmente nos gramados. São belíssimos, mas a criatividade é o que realmente impressiona.

Enfim, atualmente outro membro fora inserido aos portadores de anúncios comercias: “seu” juiz. Pois é. O árbitro da partida, já há algum tempo, ostenta em suas costas anúncios comerciais maiores até que os dos próprios atletas. Avaliando por este ponto de vista, penso que futuramente nossos os jogadores e juízes usarão calças e camisas compridas, possibilitando maior espaço as peças publicitárias. Mas acho que a grande sacada vai ser na bola. Em breve – acreditem! – somente uma fina camada, transparente e externa girará, sendo assim uma outra camada interna com logos empresariais ficará sempre nunca mesma posição por mais que a bola gire. Um golaço do time dos publicitários. Sem dúvida, verdadeiros campeões.

Daniel Lopes